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Como treinar o paladar para gostar de fígado de vaca, um dos alimentos mais favoráveis à nossa saúde

Neste artigo podes ler:


Qual é o alimento que é tão rico em nutrientes que, se comermos mais de 200 a 300g por semana, podemos ultrapassar o limite seguro de algumas vitaminas?

O fígado de vaca. Uns adoram, outros odeiam e, acreditem, eu própria detestava. Se tu não gostas de fígado, deixa-me contar-te como treinei o meu paladar.


Como comecei a gostar de fígado de vaca: um trabalho emocional

Para entender como hoje gosto, é preciso perceber que o que eu não gostava era a textura, o sabor e a ideia de comer um órgão.

Por isso, o primeiro ponto a trabalhar foi a minha mente!


Os benefícios do fígado de vaca para a nossa saúde

Mudar a mentalidade significou mudar a perspetiva. Em vez de estar focada na minha perceção mental do que era o fígado - algo que adquiri provavelmente derivado à pouca exposição a este tipo de alimento - precisei focar na perceção real, que é o seu cariz nutritivo para a nossa espécie. E, de facto, o fígado de vaca é um dos alimentos mais nutritivos que podemos incluir na nossa alimentação.


Um dos seus maiores destaques é a vitamina A, que desempenha um papel fundamental na saúde da pele, visão e sistema imunitário. Apenas 100g de fígado já fornecem muito mais do que a necessidade diária dessa vitamina (16.000 a 22.000 UI).

Além disso, é uma excelente fonte de ferro heme, a forma mais biodisponível do ferro, essencial para a produção de glóbulos vermelhos e para a prevenção da anemia. Também contém vitaminas do complexo B, especialmente a B12, que contribui para a energia e o funcionamento do sistema nervoso. Para termos uma ideia mais precisa, 100g de fígado contém quase 3000% da necessidade diária de vitamina B12 (cerca de 70 µg).

Outro grande benefício é a presença de cobre, zinco e selénio, minerais essenciais para o metabolismo, imunidade e para a saúde da tiróide.


E, finalmente, o que eu achei mais maravilho em relação a todo este perfil nutricional foi que, devido à sua densidade, o consumo excessivo pode levar a um excesso de vitamina A e cobre. Que fique claro que qualquer excesso vitamínico tem tantos problemas quanto o défice, mas isso significava que por apenas 200-300g semanais, eu estava a perder um grande aliado para a minha saúde (e olhem que eu não nasci com pele de boneca, por isso bem podia usufruir desta maravilha da natureza).

Mudada a perspetiva acerca do fígado, restava-me trabalhar o meu paladar em relação ao sabor e à textura.


Treinar o paladar para gostar de fígado de vaca

O paladar é como um músculo: trabalha-se. O segredo para habituá-lo é expô-lo ao alimento cozinhado de diferentes formas, em diferentes quantidades, até que nos habituemos.

Para começar de forma leve, a primeira abordagem foi misturar uma pequena porção com algo que eu já gostava: carne moída. Desta forma, não teria ainda de lidar com a textura, mas apenas com o sabor, o que me permitiu continuar o treino de paladar de forma gradual.

Usei uma porção de 800g de carne de vaca moída para 100g de fígado durante uns meses. Com esta carne fizemos rissóis caseiros, hambúrgueres e carne à bolonhesa. Usávamos estas confeções numa base semanal até que fiz os melhores hambúrgueres que já comi.

Para mim, este foi o indicativo que estava na altura de passar para o nível seguinte: lidar com a textura. E, para isso, continuei a incluir no prato outros alimentos altamente prazerosos, e assim surgiu a seguinte receita de fígado de vaca, que acompanho com o puré de batata da minha infância e legumes salteados.


Receita de fígado de vaca

Ingredientes
  • 200g de bifes de fígado de vaca de pasto ou biológico

  • Vinagre branco (cerca de 150ml, o suficiente para lavar os bifes)

  • 500ml de leite ou bebida de amêndoa sem açúcares adicionados

  • 1 colher de chá de agave

  • 4 dentes de alho

  • 1 colher de sobremesa de colorau

  • Sal a gosto


Modo de fazer
  1. Numa taça, coloca os bifes de fígado e cobre-os com vinagre. Mistura bem e passa os bifes para outra taça limpa, descartando o vinagre.

  2. Tempera-os com sal, colorau e agave. Pica os dentes de alho e adiciona-os à taça.

  3. Cobre os bifes com leite, mistura bem e deixa marinar por pelo menos 30 minutos.

  4. Aquece uma frigideira com azeite em lume médio/baixo e frita os bifes sem o molho até ficarem cozinhados.

  5. Na mesma frigideira, adiciona o molho da marinada e cozinha até espessar.

  6. Serve com puré de batata e vegetais salteados.


Os acompanhamentos que costumo usar são o puré de batata e vegetais salteados. Para o puré de batata, cozo batatas descascadas com cenouras em água com sal. Escorro a água, tempero com noz moscada e um pouco de manteiga ou azeite. Junto leite (ou bebida vegetal) o suficiente para o triturar, e faço-o com a varinha mágica, o que o deixa com uma textura hiper cremosa.

Quanto aos vegetais, podem, por exemplo, saltear uma mistura de cebola, pimentos, curgete e beringela temperados com sal e gengibre numa frigideira com azeite.


O que fazer se o teu paladar não está de acordo com a tua saúde

Por vezes, o nosso paladar não está alinhado com as necessidades da nossa saúde, e nesses casos, o problema está frequentemente na nossa relação com a comida. Por exemplo, no que toca ao fígado, o primeiro passo foi mudar a minha perceção sobre ele. Hoje, tenho uma relação saudável com a comida, mas isso não acontecia aos meus 20 anos, quando a minha fome era frequentemente emocional, o que facilmente corrompia o meu paladar.

Foi por isso que desenvolvi o LLS - Livre, Leve e Solta - o desafio de 22 dias para acabar com a fome emocional e conquistar uma alimentação intuitiva.

O desafio LLS é para ti se:

  • Sentes vontade de petiscar frequentemente, mesmo sem fome.

  • Tens dificuldade em parar de comer uma vez que começaste.

  • Já tentaste dietas rígidas e sentiste-te frustrada ou ansiosa.

  • Queres aprender a confiar no teu corpo e a ouvir as suas necessidades.

  • Procuras formas saudáveis de acolher e lidar com as tuas emoções.


Pronta para mudar a tua relação com a comida?


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